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Uma mulher se desfazendo - sonho nº3, 2015 - 2016

A série surgiu a partir da palavra ‘desafazendo’.
Estamos sempre nos desfazendo e refazendo em “determinados tempos indeterminados”, atravessados por experiências, vivências, acontecimentos que nos afetam — às vezes com mais força, outras com delicadeza quase imperceptível.

O Sonho nº3 é composto por fotoperformances, imagens em sequência e fotografias solitárias.

A série não busca uma amarração rígida entre as imagens que a compõem. Pelo contrário, ela se apresenta como um conjunto de microséries dentro de uma série maior. Um corpo que se fragmenta, que escapa de uma linearidade, mas que ainda assim se costura pela presença contínua do corpo — em cena, em movimento, em variação.
Penso em um sonho dentro de outro.
Ou talvez na imaginação se abrindo para outra imaginação.
Esse gesto de espiral — de camadas que se sucedem e se puxam, para dentro e para fora — é recorrente no meu processo. Sonhar, imaginar, desfazer, refazer. Um chamamento. Uma anunciação

Bachelard, em Poética do Devaneio, fala sobre como o devaneio e os sonhos têm o poder de remodelar a realidade e o espaço vivido. Para ele, o devaneio não é uma fuga da realidade, mas uma maneira de recriar o mundo através da liberdade imaginativa. Assim, nas imagens que compõem esta série, o corpo e o espaço se dissolvem nas camadas do imaginário, criando novos significados e possibilidades. A fotografia, em sua materialidade e no gesto do clicar, se transforma na superfície de um devaneio em movimento.

Algumas das imagens trazem sobreposições de fragmentos de pinturas — interferências que se lançam sobre o ato fotográfico, transformando-o.
Aqui, o tempo da imagem se dobra. O corpo se multiplica em vestígios e gestos. O sonho, ao invés de conter, transborda.

© Copyright

©Virgínia Di Lauro

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