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boca, 2020

Há a palavra, a boca, a língua, os objetos que passam pelos olhos, há os olhos, as folhas, as pedras.

Há a palavra, a boca, a língua.
Os objetos que passam pelos olhos.
Há os olhos. As folhas. As pedras.
A série se constrói no ajuntamento de múltiplos recortes — palavras soltas, escritas — e coisas: pedras, velas, conchas, linhas, recortes de olhos, orelhas de argila, folhas, bitucas de cigarro, galhos.

Todos esses elementos são dispostos sobre a impressão de três bocas abertas, compondo sequências visuais e um gif que afirma a intenção rítmica das coisas:
o que entra na boca, o que sai da boca, o que desaparece.
Há aqui uma escuta do ritmo do mundo atravessando a linguagem — entre matéria e palavra, entre boca e silêncio.

Essa poética do corpo como passagem e inscrição remete a práticas como as de Anna Maria Maiolino, em que a boca e o gesto são canais de expressão e resistência.

Neste trabalho, a boca se torna arquivo e passagem.
Matéria e palavra se encontram no instante em que algo entra — e desaparece.

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©Virgínia Di Lauro

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