O corpo, uma inscrição no tempo. Sonho nº6, 2016 - 2017

Série de fotografias composta por fotoperformances, imagens em sequência e fotografias solitárias. Algumas são atravessadas por sobreposições de fragmentos de pinturas, interferindo posteriormente, no processo de edição digital.

O corpo se inscreve no tempo, ou o tempo se inscreve no corpo?
O tempo é o corpo? O corpo é o tempo?
Ou tudo pulsa — alinhado e desalinhado — numa mesma dança?
O corpo: um rastro de vida na eternidade.
Um dia não estávamos aqui.
Um dia estamos.
No outro, já não estaremos.
O que é estar?
Esse mistério — doído, mesmo quando alegre.
Há a carne, o osso, a pele, o dia, a noite —
um lampejo no/do tempo,
na vivência de ser corpo sabido corpo,
com todas as camadas sabidas e aquelas que nos escapam.

A construção de imagens também nasce do desejo de tatear esse rastro de vida inscrito no tempo e no espaço.
De fazer durar o lampejo do estar, da presença-corpo.
Seja pela fotografia, pela escrita, pelo desenho, pela pintura, pelo vídeo, pelo gesto, pela brincadeira, pela partilha —
algo se inscreve.
Afirma o corpo que está.
Afirma o corpo que afeta e é afetado pelo mover de si e do meio, do espaço, de tudo que existe e nos alcança.